sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A automedicação agrava as dores de cabeça crônicas


 
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Por Thaís Rodrigues Villa

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, treze milhões de brasileiros apresentam dores de cabeça diariamente, um número maior que o encontrado em outros países, como os Estados Unidos, por exemplo. Esse é um dado alarmante. 

Dores de cabeça frequentes são chamados de cefaleias crônicas diárias. Uma cefaleia está crônica quando acomete o individuo no mínimo 15 dias por mês, há pelo menos três meses. Ou seja, a pessoa está tendo dor dia sim, dia não, ou mesmo, diariamente. As cefaleias crônicas mais comuns são a cefaleia tensional crônica e, principalmente, a enxaqueca crônica, e é dela que vamos conversar mais detalhadamente. 

Por que uma enxaqueca pode se tornar crônica?

Dificilmente alguém começa seu quadro de enxaqueca com dor diariamente. Até porque a enxaqueca se inicia entre a infância e a juventude, e começa com crises mais esporádicas. 

Muitas vezes as pessoas acreditam que essas crises são normais e se automedicam. Para muitos, as crises sempre serão espaçadas, mas para outros ela tendem a aumentar de frequência. Principalmente em situações de exposição a mais estresse, rotinas muito pesadas e sono insuficiente. 

Para as mulheres, em razão de mudanças hormonais, como gestações e menopausa, as enxaquecas crônicas são bastante frequentes. 

Como lidar com a enxaqueca crônica?

As pessoas costumam tomar analgésicos, aumentar as doses, depois ir trocando os tipos, pedir dicas para amigos, parentes e balconistas de farmácia sobre analgésicos mais potentes. Quando chegam ao especialista a dor já é diária, e a lista de analgésicos que já não resolvem mais é grande. 

Isso acontece por vários fatores. Dificuldade em encontrar um especialista para seu diagnóstico e tratamento corretos, banalização da dor, desconhecimento de que existe tratamento para enxaqueca e a crença na automedicação. 

O uso excessivo de medicações analgésicas é hoje a principal causa da enxaqueca crônica. Analgésicos são medicações necessárias e excelentes para o tratamento das crises de dor aguda. O problema é a forma indiscriminada com que se usa, sem um diagnóstico e orientação médica adequada. 

O organismo vai se acostumando ao medicamento de uso contínuo e perde, cada vez mais, seus próprios mecanismos de regular a dor. E sem o analgésico a dor vem mais forte, e mais analgésico precisa ser utilizado. É um ciclo vicioso e perigoso, muitos pacientes tem que ser "desintoxicados", ou seja, todos os medicamentos utilizados são suspensos, para que o tratamento que vai prevenir a dor crônica funcione. 

Dor de cabeça crônica se trata com medicações chamadas preventivas, que tomadas diariamente, vão evitando que as dores sejam tão frequentes, e também que fiquem intensas. Com o auxílio de um especialista, o preventivo vai ser indicado caso a caso, após avaliação detalhada de cada paciente. 

A maioria dessas medicações são tomados via oral, mas também podemos lançar mão de acupuntura, orientações de rotinas e exercício físico regular, e mais atualmente, da toxina botulínica, já que seu uso foi recentemente indicado especialmente para pacientes com enxaqueca crônica. 

Diga não à automedicação. Caso você tenha crises de dor de cabeça frequentes, procure orientação médica. 


 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Férias: Descanso, Lazer, Reavaliação e Planejamento

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O tempo de trabalho é muito maior que o tempo de férias. Você, por isso, pode ficar resmungando ou, mais esperto, pode tratar de aproveitar bem as férias.

E o que é isso, aproveitar? Uma gostosa mistura de quatro ingredientes: descanso, lazer, reavaliação e planejamento.

Pronto! Lá vem ele dizendo que, nas férias, tem que trabalhar! Não, não 'tem que', não! Isso é só para os adultos em desenvolvimento. Seguindo os escritos do blog do Einstein, você sabe que o dia que realmente interessa é uma mistura de hoje com amanhã. Hojanhã, hoyana, todorrow, au jour d´emain, oggiani, heutorgen... Assim, eu devo curtir o hoje e preparar o amanhã. Isso não é obrigatório, não. É apenas lúcido.

Descanso? Sim, porque há cansaço crônico, tem que haver uma etapa de recuperação. Claro que todo adulto produtivo convive com uma dose de cansaço, mas é realmente importante uma fase de 'dolce far niente', pensando e filosofando sobre o Lhufas, sendo um pouco espectador e não sempre ator. Você sabe que não é 'tomando todas' e batendo o carro, não é alternando entre o fogo e a ressaca que você mostra a sua liberdade. A liberdade do adulto é ser seu próprio chefe. Um bom chefe, mas chefe, e não babá e nem mordomo da sua criança.

Lazer: Se o descanso está mais ligado ao não fazer, o lazer é muito mais ativo. É fazer mais o que se gosta, conhecer coisas e pessoas novas, encantar-se com umas, desiludir-se e desistir de outras. A divisão esperta do tempo entre o descanso e o lazer deve ser observada. Muitas vezes a gente gasta muito tempo e muita energia em uma coisa já conhecida, fugindo de áreas em que a gente se sente inseguro – é a tendência de permanecer na zona de conforto, que impede o desenvolvimento.Se o nosso bem-estar depende de uma boa relação entre a expectativa e o resultado, a gente deve tomar cuidado com as expectativas exageradas, que trazem um sentimento de decepção.E, do outro lado, caprichar para ter bom resultado, pois assim você se admira – e essa é a base da auto-estima.

Reavaliação: Eu devo observar com honestidade os progressos que eu realizei neste ano. Ganhos de maturidade, de persistência, da capacidade de adiamento de pequenos prazeres em favor de uma meta maior. Desenvolvimento de visão mais realista, sem otimismos infantis, nem pessimismos senis. Daí, mais concentração, ansiedade em nível saudável. Mais disciplina pessoal, maior autoridade interna e maior liberdade em relação aos padrões antigos. Devo alegrar-me com os progressos e ocupar-me com o que ainda deve ser desenvolvido.

Planejamento: Sêneca tem uma frase notável: "O vento nunca sopra a favor de quem não sabe para onde vai". Nada místico, apenas realista: o resultado da plantação deverá ser muito próximo daquilo que eu plantei – e reguei, adubei e protegi das pragas... A estratégia é uma sucessão de atos para obter um sucessão (sim, um sucesso bem grande, mesmo). Deixar tudo para o talento e a improvisação? Você gostaria que o cirurgião que vai te operar usasse a mesma filosofia? "Sei lá, na hora eu abro e me viro"... Planejar é acrescentar um navegador para o seu rali.

O ano novo já está aí, daqui a pouco as férias terminam, desejamos que você faça, neste ano, uma boa viagem de desenvolvimento.

9/1/2012 13:09 | Dr. Mauro Moore Madureira, psiquiatra

Hospital Albert Einstein

domingo, 1 de janeiro de 2012

O que você precisa saber sobre micose

Calor e umidade. Tudo a ver com praia, verão e com micose. Sim, esses fungos e microorganismos costumam atacar a pele e as unhas de crianças e adultos nessa época do ano. Espere por coceira, irritação, vermelhidão e até descamação. Não existe uma maneira de proteger seu filho 100% dela, mas algumas ações preventivas reduzem as chances da micose aparecer (veja abaixo).

Mas, se mesmo com todos os cuidados você notar uma irritação na pele, leve a criança ao dermatologista. Se estiver na praia, procure um pronto-socorro local ou, então, ligue para o pediatra. Quando não tratadas, viram porta de entrada para bactérias, por exemplo. O médico pode recomendar o uso de pomadas antifúgicas à base de vitamina E com óxido de zinco ou algum comprimido.

Se a criança fica o dia todo na piscina, tudo bem passar a pomada apenas antes de dormir.

5 dicas para evitar a micose:

- Deixe de lado sapatos fechados ou os de plástico porque fungos adoram umidade;

- Troque a fralda com regularidade;

- Seque muito bem todas as dobrinhas do seu filho e entre os dedos das mãos e dos pés;

- Vai usar o chuveiro ou o banheiro do clube? Ponha os chinelos, sempre;

- Prefira as roupas de algodão, que são mais leves e não absorvem tanto o suor quanto outros tecidos.

Érica Monteiro, dermatologista e colaboradora do grupo de Cosmiatria da Universidade Federal de São Paulo